Através do desenho de uma criança é possível analisar seu caráter, sua personalidade, temperamento e carências. É possível também através do que a criança desenha, descobrir e reconhecer as fases pelas quais a criança está a passar, suas dificuldades, bem como seus pontos positivos.
Entre 2 e 3 anos de idade, a criança ainda não faz desenhos com significado representativo. Gradativamente a criança vai expressando traços mais significativos, entre os 2 e 3 anos, o que se nota são traços leves, ou fortes, pequenos rabiscos, etc.
Entre os 3 e 5 anos de idade, a criança já tenta desenhar de acordo com a sua realidade, e conforme a própria percepção. Evidente que ainda são traços sem grande expressão, mas que para a criança tem todo um sentido.
Alguns significados de alguns desenhos:
Árvore: Refere-se ao físico, emocional e intelectual da criança, Quando o tronco da arvore é alto e largo, revela que seu aluno tem muita força na superação dos problemas. Quando o tronco for pequeno e estreito, revela vulnerabilidade às complicações.Se houver excesso de folhas, a criança tem grande ocupações talvez em excesso. Se houver poucas folhas, e galhos a criança está triste.
Casa: Desenho de uma casa grande, demonstra grande emotividade, se for uma casa pequenina seu aluno demonstra que é uma criança retraída.
Barco: Desenhar barco significa que a criança adapta-se facilmente a imprevistos. Barcos grandes, revela que seu aluno não gosta de mudanças e aprecia ter controle da situação, se for barco pequeno seu aluno é sensível, e tem grande intuição.
Flores: desenhar flores significa que seu aluno. é uma criança alegre e feliz
1. INTRODUÇÃO
No ato de desenhar, a criança age e interage com o meio, seu corpo inteiro se envolve na ação, traduzida em marcas que a mesma produz, se transportando para o desenho, modificando e se modificando. Através do desenho, conta o que de melhor lhe aconteceu, demonstrando, relembrando e dominando a situação. Por alguns instantes, tem momentos muito agradáveis e proveitosos, expressando sua percepção de mundo.
Cada desenho tem uma história, um significado pessoal que, muitas vezes, o adulto interpreta de modo diferente. Devemos lembrar que a visão da criança é diferente da visão do adulto. O adulto, quando conduz ou interpreta uma produção infantil de forma errônea, ele vai inibindo a criança até que perca sua capacidade de criação.
Mas se o valor do desenho é tão perceptível, se está ligado às necessidades e potencialidades da criança, se há uma interrelação nos vários aspectos do seu desenvolvimento - o motor, o afetivo e cognitivo -então, por que o educador está sempre tentando decodificar o desenho infantil? O que pensa o educador ao ver a produção artística de uma criança? Como entender o desenho infantil, se o educador não possui informações teóricas? Como preparar esses educadores para que se tornem mais sensíveis e curiosos em relação ao desenho infantil?
Refletindo sobre as informações acima questionadas, partiremos para uma análise da evolução do desenho infantil, através de pesquisas bibliográficas e de comparações da visão de vários estudiosos sobre o assunto. Pretendemos, assim, conscientizar o professor de Educação Infantil sobre a importância de estar fundamentado para entender como se dá o processo do desenvolvimento infantil, na faixa etária de 0 a 06(05) anos de idade, fase que acreditamos ser uma das mais importantes do desenvolvimento
humano.
O DESENHO INFANTIL
aparências e, ao mesmo tempo, pode representar o objeto como ele é realmente, enquanto o adulto só o representa por um único ponto de vista. Segundo Luquet, (apud MERLEAUPONTY, 1990, p.130), “ o desenho é uma íntima ligação do psíquico e do moral. A intenção de desenhar tal objeto não é senão o
prolongamento e a manifestação da sua representação mental; o objeto representado é o que, neste momento, ocupará no espírito do desenhador um lugar exclusivo ou preponderante.”
Para a criança, o desenho é uma expressão de mundo e nunca uma simples imitação ou cópia fiel porque a criança desenha conforme o modelo interior, a representação mental que possui do objeto a ser desenhado. O desenvolvimento infantil é como um jogo, visto que a criança se desenvolve e se modifica conforme a faixa etária. O mesmo acontece com o desenho: vai evoluindo e se modificando com o desenvolvimento da criança. Em seus estudos, Merleau-Ponty (1990) nos apresenta os vários estágios do desenho infantil:
prolongamento e a manifestação da sua representação mental; o objeto representado é o que, neste momento, ocupará no espírito do desenhador um lugar exclusivo ou preponderante.”
Para a criança, o desenho é uma expressão de mundo e nunca uma simples imitação ou cópia fiel porque a criança desenha conforme o modelo interior, a representação mental que possui do objeto a ser desenhado. O desenvolvimento infantil é como um jogo, visto que a criança se desenvolve e se modifica conforme a faixa etária. O mesmo acontece com o desenho: vai evoluindo e se modificando com o desenvolvimento da criança. Em seus estudos, Merleau-Ponty (1990) nos apresenta os vários estágios do desenho infantil:
• Realismo fortuito – a criança procura representar o objeto como uma totalidade.
Subdivide-se em:
a) Desenho involuntário – a criança desenha só para fazer linhas, sendo que, nesse estágio, repete o movimento pelo simples prazer.
b) Desenho voluntário –a criança percebe certa semelhança entre os traços e o objeto real. Ela enuncia a interpretação que o desenho lhe dá. Mais tarde, diz o que pretende desenhar, mas o resultado a faz interpretar seu desenho de forma diferente. Em outra situação, o desenho, afinal, corresponde com a sua interpretação inicial. Então, percebe que pode representar, através do desenho, tudo o que deseja.
• Incapacidade sintética – a criança desenha cada objeto de forma diferente, considerando seu ponto de vista para diferenciá-los. Pode desenhar uma figura humana, mas desenhar os olhos, a boca e os cabelos ao lado do corpo como se não fizessem parte dele
.
• Realismo intelectual – a criança procura desenhar não só o que pode ver no objeto, mas todas as suas fases. Desenha de acordo com sua noção momentânea dos objetos
• Realismo intelectual – a criança procura desenhar não só o que pode ver no objeto, mas todas as suas fases. Desenha de acordo com sua noção momentânea dos objetos
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• Realismo visual – a criança representa apenas os aspectos visíveis do objeto. Há um aprimoramento de sistema de desenho construído no estágio anterior. A criança, ao desenhar, tem uma intenção realista. O realismo evolui nas diferentes fases do desenho infantil até chegar ao realismo visual, que é o realismo do adulto. Para o adulto, o desenho tem que ser idêntico ao objeto. Já para a criança, o desenho, para ser parecido com o objeto, deve conter todos os elementos reais do objeto, mesmo invisíveis para os outros. Assim, a criança desenha de acordo com um modelo interno: a imagem que sabe do objeto que vê.
O DESENHO INFANTIL SEGUNDO LOWENFELD
• Realismo visual – a criança representa apenas os aspectos visíveis do objeto. Há um aprimoramento de sistema de desenho construído no estágio anterior. A criança, ao desenhar, tem uma intenção realista. O realismo evolui nas diferentes fases do desenho infantil até chegar ao realismo visual, que é o realismo do adulto. Para o adulto, o desenho tem que ser idêntico ao objeto. Já para a criança, o desenho, para ser parecido com o objeto, deve conter todos os elementos reais do objeto, mesmo invisíveis para os outros. Assim, a criança desenha de acordo com um modelo interno: a imagem que sabe do objeto que vê.
O DESENHO INFANTIL SEGUNDO LOWENFELD
Quanto mais auto-confiante a criança, mais ela se arrisca a criar e a se envolver com o que faz. A criança segura se concentra com mais facilidade nas atividades. Consegue se soltar e acreditar no que faz. De acordo com Streinberg ( apud LOWENFELD, 1977, p.128). Aprender a desenhar, desenhando. Embora essa afirmação possa parecer destituída de significado, ela é muito verdadeira: a ação de desenhar é que é a escola do desenho. O mesmo vale para as outras atividades artísticas: aprende-se a pintar, pintando; aprende-se a esculpir, esculpindo: aprende-se a escrever, escrevendo, e assim por diante.
Nenhum treino ou exercício de coordenação motora fará com que a criança expresse sua criatividade. Uma criança segura tem maior capacidade de envolvimento, de concentração e de prazer em criar. É importante a ela sentir-se livre para poder expressar- se em seus desenhos. Assim, a criança se desenvolve em harmonia e se organiza no contexto espaço/temporal, se posicionando frente à vida, descobrindo o significado que a vida tem para si e percebendo-se como criadora de sua própria história..
Nenhum treino ou exercício de coordenação motora fará com que a criança expresse sua criatividade. Uma criança segura tem maior capacidade de envolvimento, de concentração e de prazer em criar. É importante a ela sentir-se livre para poder expressar- se em seus desenhos. Assim, a criança se desenvolve em harmonia e se organiza no contexto espaço/temporal, se posicionando frente à vida, descobrindo o significado que a vida tem para si e percebendo-se como criadora de sua própria história..
PRIMEIRA FASE
A primeira fase divide-se em três etapas: etapa da garatuja desordenada, etapa da garatuja ordenada e etapa da garatuja nomeada.
Na fase da garatuja desordenada, a criança não tem consciência da relação traço-gesto; muitas vezes, nem olha para o que faz. Seu prazer é explorar o material, riscando tudo o que vê pela frente. Segura o lápis de várias formas, com as duas mãos ou alternando. Não usa o dedo ou o pulso para controlar o lápis. Faz movimentos de vaivém, vertical ou horizontal; muitas vezes, o corpo acompanha o movimento.
Na fase da garatuja ordenada, a criança descobre a relação do gesto-traço. Passa a olhar o que faz, começa a controlar o tamanho, a forma e a localização do desenho no papel. Descobre que pode variar as cores. Começa a fechar suas figuras em forma circulares ou espiraladas. Perto dos três anos, começa a segurar o lápis como o adulto. Copia intencionalmente um círculo, mas não um quadrado.
Na etapa da garatuja nomeada, a criança faz passagem do movimento sinestésico, motor, ao imaginário, ou seja, representa o objeto concreto através de uma imagem gráfica. Distribui melhor os traços no papel. Anuncia o que vai fazer, descreve o que fez, relaciona o desenho com o que vê ou viu, sendo que o significado do seu desenho só é inteligível para ela mesma. Começa a dar forma à figura humana.
SEGUNDA FASE
SEGUNDA FASE
Na segunda fase - a pré-esquemática -, os movimentos circulares e longitudinais da etapa anterior evoluem para formas reconhecíveis, passando de conjunto indefinido de linhas para uma configuração representativa definida. A criança desenha o que sabe do objeto e não uma representação visual absoluta; seus desenhos apresentam características, não porque possuam uma forma de representação inata, mas sim porque está no começo de um processo mental ordenado.
TERCEIRA FASE
Na terceira fase, chamada esquemática, a consciência da analogia entre a forma desenhada e o objeto representado se afirma. Nessa fase, a representação gráfica é muito mais tardia que a lúdica verbal, enquanto a brincadeira simbólica e a linguagem já estão bem formadas. A criança já constrói grandes cenas dramáticas brincando, mas só nessa fase começa a organizar seus desenhos.
A representação das figuras humanas evolui em complexibilidade e organização. De acordo com a abordagem construtivista, o conhecimento não está pré-formado no sujeito, nem está totalmente pronto, acabado, determinado pelo meio exterior, independente da organização do indivíduo. A aquisição de conhecimento processa-se na troca, na interação da criança com o objeto a conhecer. Em outras palavras,o ato de conhecer parte da ação do sujeito sobre o objeto, só se efetua com a estruturação que ele faz dessa experiência. Isso significa que o conhecimento é adquirido não pelo simples contado da criança com o objeto cognoscente, mas pela atividade do sujeito sobre esse objeto, a partir do que ele aprende, do que ele retira, do que organiza da experiência (PIAGET, 1976, p.47).
A representação das figuras humanas evolui em complexibilidade e organização. De acordo com a abordagem construtivista, o conhecimento não está pré-formado no sujeito, nem está totalmente pronto, acabado, determinado pelo meio exterior, independente da organização do indivíduo. A aquisição de conhecimento processa-se na troca, na interação da criança com o objeto a conhecer. Em outras palavras,o ato de conhecer parte da ação do sujeito sobre o objeto, só se efetua com a estruturação que ele faz dessa experiência. Isso significa que o conhecimento é adquirido não pelo simples contado da criança com o objeto cognoscente, mas pela atividade do sujeito sobre esse objeto, a partir do que ele aprende, do que ele retira, do que organiza da experiência (PIAGET, 1976, p.47).
4. REFERÊNCIAS
FISCHER, Julianne. O lúdico e a abstração. Curso de especialização
em Educação Infantil. 15p. Apostila. Indaial: ICGP, 2003.
LOWENFELD, Viktor. A criança e sua arte. 2 ed. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
MARTINS, Mirian Celeste. PICOSQUE, Gisa; GUERRA, Maria T.Telles. A língua do mundo: Poetizar, fluir e conhecer arte. SãoPaulo: FTD, 1998.
MERLEAU-PONTY, Maurice. Merleau-Ponty na Sorbone. Resumode cursos filosofia e linguagem. Campinas: Papirus, 1990. NEVES, Lygia Helena Roussenq. O impulso criativo da infância. Curso de especialização em Educação Infantil. Apostila. Indaial: ICGP, 2003.
PIAGET, Jean. A equilibração das estruturas cognitivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
PILLAR, Analise Dutra. Desenho & escrita como sistema de representação Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
PILLAR, Analise Dutra. Desenho e construção do conhecimentona criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
ZILBERMANN, Regina (org.). A produção cultural para a criança. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1990
1 comentários:
Excelente!
Educador nota 10
Parabéns!
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